O problema de nos aceitar

O caso daquela moça que morreu por causa de uma escova progressiva abriu uma grande polêmica sobre a segurança de usar certos produtos para alisar os cabelos. Quando eu assisti a reportagem que passou sobre esse assunto no último Domingo Espetacular, na Record, eu olhei para o meu Príncipe e disse: "- Que morte mais idiota!" E põe idiota nisso. Será que vale a pena arriscar a saúde e a vida por causa de uma vaidade?
O ser humano tem um grande problema: se aceitar. Isso atinge qualquer pessoa. Todo mundo não gosta de algo em si mesmo: ou é muito magra, ou é muito gorda, ou tem o cabelo enrolado, ou tem o cabelo liso demais, ou tem o nariz muito grande, ou tem o nariz pequeno demais, ou é muito alta, ou é muito baixa e mais uma infinidade de "defeitos". O que me pergunto é se realmente são defeitos ou se são apenas o reflexo do ideal de "beleza" que nos empurram goela abaixo, esse ideal rídiculo que nos faz esquecer que a beleza é muito relativa e que todo mundo pode ser bonito dentro de seus padrões.
A gente tem que praticar mais o amor próprio. Olhar para nós e conseguir enxergar a beleza que mora em cada traço, em cada fio de cabelo. A maioria das pessoas não nasceram como a Juliana Paes, e até ela tem celulites, como ficou comprovado por aquelas fotos que vazaram na internet. Temos que nos amar como somos, elevando os pontos fortes e melhorando os pontos fracos. Não quero dizer que temos que ser como mulheres da caverna, sem maquiagem, com o cabelo bagunçado e blábláblá, mas sim se aceitar e se cuidar sem se expor a riscos desnecessários, tais como se enfurnar numa câmera que te enche de raios UV (= cancêr de pele) ou tacar formol na cabeça (= cancêr, morte). É preciso medir até que ponto a vaidade é saudável e se perguntar, antes de fazer certas coisas, em nome de quê estamos colocando em risco o nosso bem mais precioso: a vida.