Saturday, October 28, 2006

Vingança

Tem gente que fala que a vingança não vale a pena, mas a maioria se vinga dos que lhe fizeram mal. A vingança nunca é a mesma: cada um adota técnicas que condizem com sua personalidade e o tamanho do estrago que foi feito em sua vida pelo objeto de vingança. A vendeta nunca é pequena: sempre é cruel. Vingança boa tira, no mínimo, umas dez lágrimas dos olhos de quem a sofreu. E causa um prazer imenso no vingador.
Existem milhões de máximas que falam sobre vingança. Tem gente que levam algumas ao pé da letra. Tem gente que arma verdadeiros planos de guerra para se vingar de alguém. Tem gente que bate. Tem gente que inferniza. Tem gente que difama. Tem gente que inventa. Tem gente que causa dor física. Tem gente que rouba namorado(a). Tem gente que destrói coisas materiais. Tem gente que jura. Mas a melhor é a vingança do silêncio: um desprezo misturado com ironia e um sorriso muito leve de deboche. O resto, a vida trata de fazer. Mas esse tipo de vingança pouquissimas pessoas conseguem fazer, já que exige muito auto-controle, sangue frio e superioridade...

"...What I'm needing now is a sweet revenge
To get back all that I lost then..." The Calling/Adrienne

Saturday, October 21, 2006

Ninguém merece!

Em julho, eu quebrei o meu penúltimo dente superior do lado direito. Foi um terror: senti muita dor, meu rosto inchou, horrível. Tive que fazer canal. Não é tããããooo horrível, mas enche o saco. Eu, que era virgem de dor dente, fui "desvirginada" e vivo dizendo que nunca senti uma dor mais forte. Mas passou. Terminei o tratamento e estava curtindo comer sem pensar que a massinha ia quebrar ou qualquer coisa do gênero, até que o dente começou a doer. De novo. E está doendo. Em pleno sábado de madrugada, meu dente começou a doer.

Me diz, alguém merece? Eu mereço??
Nãããããããoooooooo!

Wednesday, October 18, 2006

Cry me a river...


Now you say you're lonely
You cry the whole night through
Well, you can cry me a river
Cry me a river
I cried a river over you

Now you say you're sorry
For being so untrue
Well, you can cry me a river
Cry me a river
I cried a river over you

You drove me, nearly drove me out of my head
While you never shed a tear
Remember, I remember, all that you said
Told me love was to plebeian
Told me you were through wit me

And now you say you love me
Well, just to prove you do
Come on and cry me a river
Cry me a river
I cried a river over you...
(Cry me a river - Julie London)

Essa música é linda, linda...

Sunday, October 15, 2006

Vem comigo?

Vamos esquecer as convenções, as exatidões, o certo e o errado, vamos esquecer este e o outro lado. Vamos dar um jeito de sair por aí sem ter hora pra voltar, sem ter obrigação de voltar, sem destino, sem correntes, vamos tentar ser a gente nem que seja por um minuto. Vamos tomar um banho de mar sem ligar para quem nos olha, sem ligar para o que nos rodeia, sem ligar para quem nos reprova. Presta atenção, amor, passe a mão no telefone e vamos combinar agora uma saída para qualquer lugar, vamos aproveitar, vamos ver o sol nascer deitados no capô do carro sem se importar com a lataria que vai amassar. Amor, olha nos meus olhos e se entregue à esta loucura, vamos dançar até sentir tontura, vamos nos abraçar no meio da rua. Olha, meu amor, repara na lua que enfeita no céu, a gente saí pra ouvir qualquer música, nem que seja só eu e você, ao léu. Amor, a noite tá chegando e a gente não pode ficar para trás, vem, me beija a boca e diz que me ama, que me ama cada vez mais, vem, meu amor, porque o hoje é garantido mas o amanhã é incerto demais...

Monday, October 02, 2006

A casa

É uma casa simples. Dois quartos, sala, cozinha, banheiro. O chão é de piso vermelho, que precisa ser encerado e o banheiro só tem azulejo até a metade das paredes. O quintal é bem comprido, tem um canteirinho com umas plantinhas, dois inhames e uma pintagueira, que costumava dar muitos frutos na primavera. Ela parou de produzir depois que a dona da casa - minha avó - morreu.
A casa, sete anos após a morte da minha vó, foi vendida para um casal de velhinhos e, infelizmente, já não é mais a mesma. Eles a pintaram de amarelo, e no lugar do portãozinho baixo de madeira, há um moderno portão de alumínio. As janelas estão com grades e nem parece mais a casa onde eu vivi a minha infância.
Eu me lembro que era uma casa sempre cheia de gente, com minhas tias transitando para lá e para cá. A cozinha tinha um cheirinho permamente de café e um gato preto - o Miii - andava silenciosamente enquanto eu tentava puxar seu rabo. Foi lá que ouvi meus primeiros Lp's da Xuxa e foi lá que eu comi minha primeira barra de Crunch. Foi lá que brinquei na piscina de 3 mil litros com os meus primos e era lá que tomava na xuquinha suco de laranja com acerola.
Hoje, toda vez que passo na frente da casa, eu suspiro e digo "Nem parece mais a casa da vó". Não se parece e nem é, mas é inevitável a avalanche de lembranças que ela me desperta. O triste é saber que da minha vó e todos as coisas boas que eu vivi ali, só sobrou uma pitangueira, raquítica e solitária que não dá mais frutos...

"Não importa que a tenham demolido:
a gente continua morando na velha casa em que nasceu."
(Mário Quintana - Preparativos de viagem)

Sunday, October 01, 2006

O Voto

Essa foi a primeira vez que eu votei em minha vida ( vida que, espero eu, será muito longa). Combinei com o meu Princípe Encantado que o encontraria às oito em seu castelo. Depois de muito esforço para acordar cedo, me arrumei e munida com meu guarda-chuva, fui até a casa do meu namorado. Ao chegar lá, topo com dois documentos em cima da mesa: o título de eleitor e o RG.
- Mas amor, pra quê o RG?
- Ué, Amanda, pra eles saberem que você é você!
- Ah, porra! Porque você não me disse isso ontem?
- ... Vai lá buscar que eu te espero.
Voltei para casa e peguei o maldito RG. Depois, fomos andando de mãos dadas até a escola e ao chegarmos, nos deparamos com nossas seções vazias, uma verdadeira bênção. Eu votei e me senti muito importante, uma coisa bem engraçada. É como se o país inteiro estivesse na sua responsabilidade (o que, de certa forma é verdade). E agora, acabei de saber que teremos 2º turno.
O bom do 2º turno é que a gente acaba pensando melhor na nossa decisão. E essa tomada de consciência não é particular de cada um; querendo ou não, todo mundo pára pra pensar melhor. Espero que todos nós pensemos o que será mais adequeado para a gente e para o nosso país.


OBS: Quem quer dar um estágio de jornalismo para eu??
Sim, sim, começou a odisséia em busca do estágio. E está difícil. Nem emprego comum eu consigo achar, quem dirá um estágio. Mas eu estou tranquila, sei que vou conseguir. Afinal, um dos quesitos dos jornalistas é a persistência e isso eu tenho de sobra.