Sunday, July 20, 2008

Imaturidade? Maybe...


Eu, viciada pela série One Three Hill (Lances da Vida, aqui no Brasil), fiquei analisando as semelhanças e as diferenças entre ela e a "Malhação". A conclusão que eu cheguei não foi otimista.
One Three Hill é bem parecida com Malhação. A história também se passa em torno dos alunos de um colégio e os dramas são parecidos com a novela made in Brazil: casamento e gravidez na juventude, psicopatas da internet, etc. Mas a semelhança pára por aí. O jeito com que esses assuntos são abordados em One Three Hill é mais inteligente. Também não há vilãs ou vilões: existem pessoas que fizeram más escolhas ou que fizeram o que era melhor para elas sem pensar nos outros. A trama toda é mais adulta, apesar de girar em torno de adolescentes. Por que Malhação não é assim?
Acho que a resposta está na alienação dos jovens brasileiros. Não consigo achar explicação melhor para quem assiste a mesma história há anos. Malhação está no ar porque tem quem a assista sem pensar que os jovens não são nada do que aparece ali e que a vida não gira em torno de namoricos. Talvez por isso os EUA ainda seja o país mais forte do mundo. Desde cedo os jovens assistem algo que os faz pensar, ao contrário dos brasileiros, que assistem Malhação e acham super legal. Baaah!

PS. Alguém anônimo fez um comentário diferente sobre a mídia. A opinião era a de que o tipo de exposição (tema do último post) era positiva porque fazia alguma coisa mudar. Anônimo, concordo em partes com seu ponto de vista. A mídia é e deve ser uma ferramenta para as pessoas se conscientizarem e, a partir daí, mudarem algo. Mas não é necessário cutucar as vísceras dos outros para essa mudança acontecer. Acredito que entrevistas de bom nível, feitas com intuito de "acordar" a sociedade trazem mais resultados do que o show de horrores que a gente vê por aí.

Thursday, July 10, 2008

Diante da dor dos outros*


Eu, que durmo e acordo com a televisão ligada, hoje acordei com um susto: um choro horroroso, um desespero imenso, uma coisa insana. Meio sonolenta, abri os olhos e vi uma cena grotesca: os pais do menino João Roberto, que morreu com tiros disparados pela polícia, chorando a morte ainda muito recente do filho pequeno, enquanto a detestável Ana Maria Brega, ops!, Braga, fingia confortar, mas na verdade cutucava ainda mais a ferida para ver se rendia alguns pontos de audiência do seu falido programa.
Não gosto de falar no blog sobre as tragédias cotidianas que acontecem o tempo no mundo, até por que sempre vai ter algo tenebroso acontecendo. O que me deixou enojada foi o fato de a Globo - a grande Globo, correta e certinha - ter se prestado a esse papel tão desumano de explorar a dor da forma que explorou.
O título desse texto é um livro da Susan Sontag, que fala como a dor alheia nos sensibiliza tão superficialmente. É a mais pura verdade: a gente vê uma tragédia, fala "oh, que coisa terrível" e a vida segue como se nada tivesse acontecido. Os que realmente sofrem com as perdas são as famílias mutiladas e para sempre desestruturadas. Mas, o que fazer se dar de ombros é a ordem geral? Na minha opinião, no minímo, respeitar. Coisa que a Ana Maria Braga não fez.