Sunday, August 06, 2006

Christiane F.


Eu li o "Eu, Christiane F., 13 anos, drogada, prostituída..." quando tinha meus 15 anos. Me lembro de que uma professora falou que era interessante lermos esse livro para nos darmos conta de quanto um drogado sofre. Só esse título me despertou um interesse imenso: eu percorri tudo quanto era lugar atrás desse bendito livro. Finalmente, ganhei de uma amiga. Eu o li saboreando cada palavra, cada página daquele relato apaixonado. Adoro a Christiane, até hoje. Carrego o livro dela para cima e para baixo, e através dele comecei a gostar de David Bowie, Led Zepplin, todas as bandas de que ela gostava. Foi, também, através dele que fiz grandes e boas amizades.
Esse final de semana, eu resolvi reler o livro, coisa que eu não fazia há tempos. No entanto, algo mudou, não no livro, mas em mim. Antes eu o lia e achava que ela adorava aquela vida louca que levava. A maioria das pessoas que o lêem pela primeira vez desejam ter um cotidiano como o dela, e isso aconteceu comigo. Acho que a gente vive tanto na mesmice que, ao ver aquela vida agitada, com um dia diferente do outro, temos vontade de ter um dia-a-dia assim também. Mas hoje, eu percebo que não é bem assim. Tudo o que a Christiane escreve em seu livro, há uma nota de pesar. Pelo menos na época em que escreveu, ela parecia profundamente arrependida das coisas que fez. Agora, com 18 anos, eu continuo adorando o livro e a autora, mas percebo que o livro não é apenas um relato para alertar as pessoas: é, na verdade, o lamento de todas as besteiras que uma pessoa pode cometer.


"It's not the side-effects of the cocaine
I thinking that it must be love
It's too late to be gratefull
It's too late to be late again
It's too late to be hatefull
The european cannon is here" - It's Too Late/David Bowie

3 comments:

she said...

Sempre tive vontade de ler esse livro menina, e nunca li.
Me empresta?

Lidy said...

Vou querer ler esse livro tb.......
Beijos no coração!!!

she said...

Eba, claro que quero o livro, se achar pode mandar.