
Eu, que durmo e acordo com a televisão ligada, hoje acordei com um susto: um choro horroroso, um desespero imenso, uma coisa insana. Meio sonolenta, abri os olhos e vi uma cena grotesca: os pais do menino João Roberto, que morreu com tiros disparados pela polícia, chorando a morte ainda muito recente do filho pequeno, enquanto a detestável Ana Maria Brega, ops!, Braga, fingia confortar, mas na verdade cutucava ainda mais a ferida para ver se rendia alguns pontos de audiência do seu falido programa.
Não gosto de falar no blog sobre as tragédias cotidianas que acontecem o tempo no mundo, até por que sempre vai ter algo tenebroso acontecendo. O que me deixou enojada foi o fato de a Globo - a grande Globo, correta e certinha - ter se prestado a esse papel tão desumano de explorar a dor da forma que explorou.
O título desse texto é um livro da Susan Sontag, que fala como a dor alheia nos sensibiliza tão superficialmente. É a mais pura verdade: a gente vê uma tragédia, fala "oh, que coisa terrível" e a vida segue como se nada tivesse acontecido. Os que realmente sofrem com as perdas são as famílias mutiladas e para sempre desestruturadas. Mas, o que fazer se dar de ombros é a ordem geral? Na minha opinião, no minímo, respeitar. Coisa que a Ana Maria Braga não fez.
12 comments:
concordo com vc em genero, numero e grau. esse povo ai da tv soh q aparecer, dizer q conforta, q ajuda, mas eles qrem ibope, nd mais q isso, eu tenho dó das pessoas q sofrem q as vezes se prestam a um papel, tao baixo
Bjs
=D
não dá mais p/ esperar da TV algum tipo de compreensão em relação à nada! elas são regidas pelo poder do ibope e que se dane o resto, infelizmente!
beijos!
Amiga a verdade é que brasileiro a-do-ra ver uma tragédia, quer mais do que a menina Isabella? Sai de uma tragédia e pegam outra pq aquela já esfriou!
Eu detesto imprensa sensacionalista!
Abusa dos sentimentos alheios, fingindo ser bom samaritano!
Ooi!
Cheguei aqui por acaso no seu blog.
A Tv brasileira é assim mesmo. Por outro lado, já perdi alguém querido por causa da violência e sou a favor das famílias que dão essas entrevistas, mesmo que para programas sensacionalistas. Eu mesma iria querer prestar entrevistas por mais que doesse, mostrar a minha dor de verdade, pois acho que essa é uma forma de sensibilizar mais algumas pessoas e é assim que surgem os manifestos e as exigências para que as leis mudem.
Tomo por exemplo o caso Gabriela Prado, através do qual foi aprovado o projeto de lei que altera alguns itens importantes na lei. Foi um projeto de iniciativa pública que contou com mais de 1 milhão de assinaturas. Se a família da Gabriela nunca tivesse se exposto em tais programas e nunca tivesse mostrado sua dor ao país nunca teríamos atingido esse objetivo. Acho que nessas horas devemos ignorar o fato de a mídia ser sensacionalista e não nos esconder, mostrar nossa dor o mais transparentemente possível que assim com certeza mais pessoas se sensibilizam e se movem em exigência de melhorias nesse nosso país. Já participei de organização de manifestos e é exatamente assim que acontece, pouco a pouco a gente vai conseguindo melhorias para todos exigindo do governo aquilo que ele nos deve. Se a mídia não existisse com esse sensacionalismo todo a gente nunca teria conseguido atingir alguns objetivos importantes para o bem de todos, dificilmente teríamos sensibilizado alguém para se manifestar e exigir providências.
É isso. rs. Só não "condeno" a mídia porque vejo os dois lados da moeda.
Abraços.
E o q vc acha q a globo fez com o caso daquela menina isabella?
explorou até nao aguentar mais o gosto por tragédias q o brasileiro tem.
e acho isso uma falta de caráter tao enorme!
e nem fará se continuar a trabalhar na Globo.
Tenho várias opiniões sobre mídia, violência, etc. Mas só digo algo que já falei no blog: qdo alguém morre, sempre outra pessoa sai ganhando c isso. É duro, é seco de ouvir e admitir isto. Achei que meu professor, ao flar isso fosse um pessimista, mas é a pura verdade.
Parabens para Annymous said...
Finalmente li algo intelegivel, que alerta a multidão 'a compartilhar da dor alheia, que mais cedo ou mais tarde, paodera' ser sua...
A midia e' um mal necessario, sempre sera', logico que dela se extrai o bom e o ruim, mas ambos são necessarios para o auto-conhecimento e auto-afirmação... Alguem ai' concorda ?
Valeu pra mim Anonymous...
Vozelinha
Vozelinha explica.
Desculpem pelo ~intelegivel. Quiz dizer inteligente.
Estava eu escrevendo um artigo a lapis, e outro no meu teclado.
Que ma;ada...
Ai` vai meu pedido de desculpas a todos os leitores/as.
Vozelinha78
Cheguei aqui nem sei como rsrsrsrs
Mas achei interessante o post, e é a pura verdade... Foi uma cena deprimente, e pensei o mesmo que você enquanto assistia ao programa.
Na verdade, eu nem assiti até o fim, tamanha foi a minha revolta.
Detalhe: Todos os telejornais da emissora reprisaram a entrevista.
É certo que eles deram a entrevista por vontade própria. Mas acho que não precisava ela ter cutucado tanto...
eu concordo com voce!
Faz um certo tempo que deixei de me preucupar em ver jornais e programas de televisão..
Só filme e series mesmo
FICO ABSMADA COM O MUNDO DE HOJE
dá até vergonha....
Mas assistir tv, digo, programas cotidianos, desses que passam na tv aberta, de noticiário e fofocas, ultimamente são só isso, você já reparou? Claro, São Paulo é uma grande cidade, acontecem muitos assaltos, mortes.... mas te pergunto, tem que ser uma coisa tão explorada pela mídia? Onde estão os assuntos bons?
Beijo.
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