
Povo brasileiro, como dizem por aí, adora se "amostrar" (hahaha). Acho que isso é quase uma característica de um povo que fala alto, escuta música no último volume, compra carro em 72 parcelas sem nem ter o que comer em casa, usa cinto pensando que é saia, entre outros "arroubos de espontaneidade". O que não me entra na cabeça de jeito nenhum é aquele tipo de gente que vai no programa da Márcia fazer "revelações" e expor problemas muito íntimos, daqueles que a gente não tem coragem de falar para a melhor amiga.
Todo mundo diz que é marmelada e que aqueles casos são todos forjados, mas acho que existem situações que são, sim, verídicas. O que me deixa boquiaberta é ver as pessoas abrindo o coração, contando coisas escabrosas e de foro tão pessoal num programa que transforma os dramas cotidianos em barracos declarados, uma novela mexicana sem fim. Como pode?
Acho que as pessoas se esqueceram do significado da cumplicidade. Não é necessário recorrer às câmeras e holofotes para resolver um problema que não interessa a mais ninguém além dos envolvidos. Por que não conversar com um amigo, pedir conselhos a quem te ama e te quer bem? Talvez porque essas pessoas estejam muito ocupadas, apressadas demais para ouvir um desabafo.
Vai saber.